Geralmente, sempre aos domingos, os coordenadores (u a coordenadora ou coordenador) marca um local da cidade na área central. E sempre o mesmo local. Às nove e meia da manhã começam a chegar os excursionistas de um só dia na espera do enorme ônibus (mais ou menos cinquenta lugares) que logo chega. A pontualidade é importante pois muitas vezes há uma parada num restaurante da Rodovia Castelo Branco para um cafezinho e outras necessidade. A meta é sempre a cidade de São Paulo e o motivo é assistir uma boa peça (espera-se!) num teatro da capital. Os ingressos já foram comprados há um ou dois meses atrás para garantir um bom lugar pois ultimamente as plateias dos mesmos andam lotadas principalmente aos sábados e domingos quando chegam as caravanas do interior (paulista, na maioria dos casos) que vem dos diversos pontos do Estado de São Paulo, até de lugares mais distantes. A ida (de ônibus_ também é em lugar de colocar as conversas em dia. Geralmente os participantes são da chamada “melhor idade”, com predominância do sexo feminino. O “zum-zum” no interior do ônibus é constante e quando este transporte chefa nas proximidades de Barueri já há uma movimentação dos ageiros para uma eminente chegada. Mas, dependendo do shopping escolhido há ainda uma boa distância. O coordenador ou coordenador já vai avisando que quando chegarem no local desejado é necessário dirigir-se imediatamente para o local das refeições onde dezenas de restaurantes esperam pela nova freguesia. E aí começa uma competição pois, geralmente, a fila para o “self-service” (ou escolha a comida) é longa. Além de outras caravanas há uma outra que é composto de paulistanos que escolhem os shoppings para o almoço dominical. Portanto as eventuais compras nos magazines (está tudo tão caro mas não é pecado dar uma “olhada”). A vantagem da escolha de domingo é que as comédias ou dramas iniciam-se mais cedo (cinco, seis horas da tarde) e terminam também mais cedo: sete ou oito horas da noite. A viagem de volta é menos cansativa e excelente para quem precisa trabalhar na segunda-feira. A entrada no teatro e a espera das aberturas das cortinas (após os três avisos tradicionais) é sempre excitante para quem já foi e para os iniciantes. Geralmente para este público sessentão (ou mais) são escolhidas peças mais leves, bem menos dramáticas e quase “cor de rosa” São textos que levam o público a um bem-estar no final. Mostram que a vida é sempre bela. Quando os atores principais do enredo são atores da TV Globo (ou ex-atores) a ansiedade de muitos torna-se maior. Finalmente irão vê-los em “carne e osso”.
Que tal, no pós-espetáculo, dar um pulo nos camarins para um ou mais fotos? As não dá tempo. A entrada os espera. Se o espetáculo for musical geralmente é extraído da Broadway novaiorquina. E tome-se cantorios que não tem nada a haver com a cultura brasileira. Uma pena! Mas o que está feito está feito.
Vamos ao teatro sempre. O teatro brasileiro quase afundou na época da pandemia e agora é o momento da reabilitação. E em São Paulo quase sempre lotado. Comercialmente as estrelas televisivas chamam muito a atenção do público (independente até o nível da apresentação). E é natural, eles, astros e estrelas entram todos os dias na casa do espectador (ou telespectador).
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